Felicidade

A Felicidade





A felicidade é um estado permanente que não parece ter sido feito, aqui na terra, para o homem. Na terra, tudo vive num fluxo contínuo que não permite que coisa alguma assuma uma forma constante. Tudo muda à nossa volta. Nós próprios também mudamos e ninguém pode estar certo de amar amanhã aquilo que hoje ama. É por isso que todos os nossos projetos de felicidade nesta vida são quimeras.Aproveitemos a alegria do espírito quando a possuímos; evitemos afastá-la por nossa culpa, mas não façamos projetos para a conservar, porque esses projetos são meras loucuras. Vi poucos homens felizes, talvez nenhum; mas vi muitas vezes corações contentes e de todos os objetos que me impressionaram foi esse o que mais me satisfez. Creio que se trata de uma consequência natural do poder das sensações sobre os meus sentimentos. A felicidade não tem sinais exteriores; para a conhecer seria necessário ler no coração do homem feliz; mas a alegria lê-se nos olhos, no porte, no sotaque, no modo de andar, e parece comunicar-se a quem dela se apercebe. Existirá algum prazer mais doce do que ver um povo entregar-se à alegria num dia festivo, e todos os corações desabrocharem aos raios expansivos do prazer que passa, rápida mas intensamente, através das nuvens da vida?



Jean-Jacques Rousseau, in 'Os Devaneios do Caminhante Solitário'



Jean Jacques Rousseau
 França
1712 // 1778 Filósofo, Escritor





 Felicidade e Sabedoria 

É formada dos termos gregos Philos, “amigo”, “amante”, e Sophia, “sabedoria”, Filosofia quer dizer “amor à sabedoria”. E sabedoria, para os gregos, não era um grande saber teórico, mas principalmente prático, buscava o objetivo supremo de vida humana: a felicidade.
A filosofia apresentava-se como um conhecimento superior que conduzia à vida boa, indicava como viver para ser feliz. O filósofo buscava, praticar e ensinar um método para o caminho da felicidade.
Fontes da Felicidade
  • ·         Bens materiais e riquezas;
  • ·         Status social, poder e glória;
  • ·         Prazeres da mesa e da cama;
  • ·         Saúde
  • ·         Amor e amizade
Conhecimento e Bondade
            No grego antigo, várias palavras traduziam distintos aspectos da felicidade. A principal é eudaimonia derivada dos termos eu “bem–disposto” e daimon “poder divino”. Trata-se da felicidade entendido como um bem ou poder concedido pelos Deuses, isso significa que a felicidade era tida como uma espécie de fortuna ou acaso- enfim, um bem instável que dependia tanto da conduta pessoal,como da boa vontade divina.


"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho."
Mahatma Gandhi


Filosofia da Felicidade


O problema da felicidade é todo de ordem espiritual.


Ser feliz importa em determinado estado de alma, que independe de circunstâncias externas.
A felicidade, como a imortalidade, está na trama íntima da vida mesma, dessa vida que não começa no berço, nem termina no túmulo.


Ser feliz é viver intensamente, é mergulhar no pélago da vida, sondando- lhe os arcanos mais recônditos. "Eu vim para terdes vida, e vida em abundância".


Felicidade não é satisfação, nem prazer, cuja sede seja a matéria. Tenho fome? Alimento- me, sinto- me saciado. Tenho sede? Bebo, estou dessedentado. Isto não é felicidade, pois que voltarei a ter fome e a ter sede. Ser feliz é comer certo pão e beber certa água, que nutrem e saciam para sempre.
Sem fé, não há felicidade. A alegria de viver vem do otimismo; o otimismo é filho da fé. Sentir alegria de viver, ser otimista, ter fé: eis a felicidade.


A felicidade não conhece passado, nem futuro: está sempre no presente.







Vidas teóricas e práticas (Aristóteles)


Aristóteles que refutou a teoria do mundo das ideias, pilas da filosofia platônica. Valorizava a atividade intelectual, teórica contemplativa como fundamental, para alcançar a felicidade.
Aristóteles concordava com Platão a finalidade última de todos os indivíduos é a felicidade.
Para Aristóteles, portanto, não basta ter uma virtude (a racionalidade). É preciso praticá-la. O filósofo preconizava que, para atingir a felicidade verdadeira, o indivíduo deveria dedicar-se fundamentalmente à vida teórica, no sentido de uma contemplação intelectual, buscando observar a beleza e a ordem do cosmo, a autêntica realidade das coisas. E essa forma de atuar deveria manter-se durante a vida inteira.
Aristóteles também dizia que não se pode abandonar a companhia da família e dos amigos, a riqueza e o poder. Todos esses elementos, e o prazer que deles resulta, promoveriam um bem-estar material e a paz social, indispensáveis à vida contemplativa.



Prazer moderado (Epicuro)

Para Epicuro, a felicidade é o prazer resultante da satisfação dos desejos, como crê a maioria das pessoas. Mas o que o filósofo quer dizer com isso é que a felicidade é fundamentalmente prazer, pois para ele tudo no mundo é matéria e, no ser humano, sensação, inclusive a felicidade. Assim, ser feliz é sentir prazer. Com base nessa visão sensualista contentar-se com poço é o segredo para ser feliz.
Umas das principais causas da infelicidade, segundo Epicuro, são as preocupações religiosas e as superstições. Ele se refere, aqui, ao temor que impõe certas crenças e religiões. Esse sofrimento poderia ser evitado segundo o filósofo, se as pessoas compreendessem que o universo inteiro é constituído de matéria, inclusive a alma humana. Veriam que tudo o que acontece pode ser explicado pelo movimento aleatório dos átomos.


Amor ao destino (estoicismo)

Outra corrente que introduziu novas perspectivas no caminho da felicidade foi o estoicismo. Para o estoicismo, é feliz aquele que vive de acordo com a ordem cósmica, aceitando e amando o próprio destino nela inscrito.
Com base nessa cosmologia, os estóicos entendiam que é impossível sermos felizes se acreditarmos que felicidade é ter tudo que desejamos (como geralmente se pensa). Basta que fracassemos em alcançar um desejo e nos tornamos infelizes.
A esse respeito, ensinavam que há coisas que dependem de nós e há outros que não dependem de nós ou só de nós.

Portanto, segundo os estóicos, posso construir minha felicidade a partir da minha vontade para querer apenas aquilo sobre o que tenho poder, que depende de mim e que me faz verdadeiramente feliz.
A infelicidade ocorre, portanto, os estóicos, quando nos conduzimos corretamente nossos pensamentos e não evitamos as chamadas coisas más.

Um comentário:

  1. Excelente publicação, estou estudando esse assunto e agora ficou bastante claro pra mim
    brg ;)

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